12 de jan. de 2020

PEGADAS DE JESUS NA HISTÓRIA - Série: Deus existe?


                                                                         Introdução
Cristãos e ateus tem debatido sobre a existência ou não existência de Deus ao longo dos anos. Ambos os lados dizem que não é possível provar que Deus existe e por outro também não é possível provar que Ele não existe. Isso se deve ao fato de que eles colocam em confronto as teses do criacionismo e da evolução. Sabemos que a evolução tem muitas lacunas indefinidas, e o criacionismo depende da fé para aceitá-lo.

A minha proposta não é entrar em nenhum destes dois temas, mas levar as pessoas a observarem o que Jesus revelou na sua Palavra, pelo seu dito há um meio de provarmos a existência de Deus, este se dá exclusivamente por meio de seu Filho.

Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto.Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta. Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras.
João 14:6-11

Se as evidências provam que Jesus existiu e que Novo Testamento é verdadeiro, então os milagres descritos são reais e Deus existe. Sendo assim, para termos êxito na tarefa de provar a existência de Deus, antes, precisamos provar que Jesus é real, que podemos acreditar no Novo Testamento, e, consequentemente, ficará provado que Deus manifestou-se para nós em Jesus Cristo como está escrito.

Pretendemos relacionar algumas das evidências que colaboram com o conteúdo Bíblico vindas de várias fontes, sejam cristãs ou não cristãs, considerando o conhecimento científico atual e provas históricas sendo elas tanto da literatura quanto da arqueologia.

Sabemos que, para aquele que já é cristão, as evidências não promovem a fé, elas apenas indicam que estamos no caminho certo. Por outro lado, provas científicas são a base para que os céticos venham a compreender o fundamento da fé cristã.

Não sei qual a sua situação hoje, mas a orientação é verificar os dois lados antes de chegar a uma conclusão.  Assim como Gilbert West escreveu em seu livro: “Não censure antes que você tenha examinado a verdade”. Me parece um conselho razoável e imparcial. 

Conforme vimos na citação do Evangelho de João capítulo 14, Jesus, em suas palavras, enuncia que é por meio Dele que ocorre a revelação da pessoa de Deus o Pai. Para dar continuidade à esse raciocínio, a primeira questão a esclarecer é: “podemos provar a existência de Jesus”?


As Pegadas de Jesus na História

Quero apresentar algumas das fontes históricas extra bíblicas que mencionam Cristo. São relatos de historiadores bem próximos à sua época que trazem com precisão dados de Cristo e do contexto da sua época, todos concordam com os registros do Novo Testamento.

O historiador judeu Flávio Josefo do século I escreveu em sua obra Antiguidades Judaicas:

“Nesse mesmo tempo apareceu JESUS, que era um homem sábio, se todavia devemos considerá-lO simplesmente como um homem, tanto suas obras eram admiráveis. Ele ensinava os que tinham prazer em ser instruídos na verdade e foi seguido não somente por muitos judeus, mas mesmo por muitos gentios. Era o CRISTO. Os mais ilustres da nossa nação acusaram-nO perante Pilatos e ele fê-lO crucificar. Os que o haviam amado durante a vida não o abandonaram depois da morte. Ele lhes apareceu ressuscitado e vivo no terceiro dia, como os santos profetas o tinham predito e que Ele faria muitos outros milagres. É Dele que os cristãos, que vemos ainda hoje, tiraram seu nome”.(História dos Hebreus, Décimo Oitavo Livro, parágrafo 772)
Leia 1 Coríntios 15: 3 e 4, 1 Cor. 15: 12 a 15 e Atos 11: 26.

O texto de Josefo sofre acusações por parte dos céticos de interpolação cristã por mencionar de forma completa o que narra os Evangelhos. Porém todas as cópias já encontradas possuem esse trecho, até a cópia em Arábe.

Tácito, historiador Romano do século I, escreveu a respeito de Cristo:

“Nero apresentou como culpados e condenou à tortura aqueles odiados por sua própria torpeza a quem a população chama de ‘cristãos’. Tal nome vem de Cristo que no principado de Tibério, e nas mãos de Pôncio Pilatos sofreu a pena máxima. Reprimida na ocasião essa execrável superstição fez-se novamente irromper não só na Judéia, berço daquele mal mas também em Roma”. Veja o Evangelho de Lucas 3: 1.

A palavra escolhida por Tácito “superstição” no latim traz consigo a idéia de que algo esplendoroso ainda se comentava sobre Cristo após sua morte. Quem explica é o Dr. em filosofia e arqueologia, também pastor Rodrigo Silva.

Outra fonte, o Talmude, diz:

“Na véspera da Páscoa eles penduraram  Yeshu (há Nozri) e antes disso, durante quarenta dias o arauto proclamou que seria apedrejado ‘por prática de magia e por enganar Israel e fazê-lo desviar-se. Quem quer que saiba algo em sua defesa, venha e interceda por ele’. Mas ninguém veio em sua defesa e eles penduraram na véspera da páscoa”. Veja o Evangelho de João 8: 59, Marcos 14: 1; Marcos 15: 6.

A palavra “penduraram” em aramaico também significa crucificaram, segundo o Dr. Rodrigo Silva. 

Eusébio de Cesárea, historiador cristão do século III, faz uma menção sobre o nascimento de Jesus Cristo. Segue:

“Foi no quadragésimo segundo ano do reinado de Augusto e no vigésimo oitavo desde a subjugação do Egito e morte de Antonio e Cleópatra, que encerrou a dinastia dos ptolomeus, que, de acordo com a predição profética, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo nasceu em Belém de Judá, no mesmo ano em que foi tomado o primeiro censo e Quirino era governador da Síria”.
(História Eclesiástica, capítulo V, pág. 28)

Sobre esses textos não cristãos, Gary Habermas declara: “Muito frequentemente narrada é a morte de Jesus, mencionada por doze fontes históricas. Datadas aproximadamente entre 20 e 150 anos depois da morte de Jesus”.
(Em Defesa da Fé, pág. 117)

Muitos céticos concordam com a existência de Jesus como homem sobre a Terra. Mas não aceitam a fé Nele como sendo o Filho de Deus. Contudo, qual seria então a forma perfeita desconstruir a fé? Qual o ponto principal que, se provado, faria o cristianismo ruir completamente? Um ponto certamente pode ser considerado o eixo principal, este ponto é a Ressurreição, que transforma o homem Jesus em Cristo o Messias e Filho de Deus diante dos olhos humanos. Porém como falar do principal relato dos Evangelhos antes de trazer à tona a prova de que suas biografias são confiáveis?        

As biografias sobre Jesus são dignas de confiança?

Neste tema, a primeira questão a ser discutida seria a autoria dos Evangelhos. Os cristãos primitivos confirmam que Mateus, também conhecido como Levi, o coletor de impostos, escreveu o primeiro Evangelho; João Marcos, o discípulo de Pedro, escreveu o segundo; Lucas, o médico, escreveu o terceiro (mais tarde escreveu também Atos dos Apóstolos).

Papias um escritor cristão, em aproximadamente 125 d.C. confirma a autoria dos evangelhos por aqueles que os intitulam. Ele afirma que Marcos registrou com muito cuidado e precisão o que Pedro testemunhou pessoalmente. Disse ainda que Marcos “não cometeu erro nenhum” e não acrescentou “nenhuma falsa declaração”. Afirmou que Mateus também preservou os escritos de Jesus.

Sobre o Evangelho de João, Papias menciona João, o apóstolo, e também João, o ancião, porém o contexto não deixa claro se tratar de duas pessoas diferentes. Fora essa única declaração, os demais testemunhos afirmam unanimemente que foi João, o apóstolo, filho de Zebedeu, quem escreveu o Evangelho.
(Em Defesa de Cristo – pág. 27 e 28)

Irineu, por volta de 180 d.C. testemunhou:

(...) Mateus publicou entre os hebreus, na língua deles, os escritos dos Evangelhos, quando Pedro e Paulo evangelizavam em Roma e aí fundaram a Igreja. Depois da morte deles, também Marcos, o discípulo e intérprete de Pedro, nos transmitiu por escrito o que Pedro anunciava. Por sua parte, Lucas o companheiro de Paulo, punha num livro o evangelho pregado por ele. E depois, João, o discípulo do Senhor, aquele que tinha recostado a cabeça ao peito dele, também publicou o seu Evangelho, quando morava em Eféso, na Ásia.
Lyon, Irineu de. III Livro. São Paulo: Paulus, 1995, p. 247, (Patrística)

Um dos questionamentos se deve quanto ao tempo em que os fatos ocorreram e o seu registro nos Evangelhos, colocando em dúvida quanto à possibilidade deste registro ser corrompido por lendas ou falsas lembranças. Antes de falar sobre o assunto, podemos colocar uma comparação que nos ajudará a ver com mais clareza a validade dos Evangelhos.

As duas  biografias mais antigas de Alexandre, o Grande, foram escritas por Ariano e Plutarco depois de mais de 400 anos  da morte de Alexandre. Um intervalo bem maior que o do registro dos evangelhos como veremos a seguir, porém considerado muito confiáveis pelos historiadores.

A primeira das evidências que colaboram com a veracidade do conteúdo dos Evangelhos são as testemunhas oculares, pessoas que viveram na época em que os fatos ocorreram, estas viram ou ouviram falar. Dentre elas encontram-se as testemunhas favoráveis, como é o caso de todos os que ouviram e creram na Palavra do Senhor Jesus, como também as testemunhas hostis (pessoas que admitem um fato não favorável a elas). Este último tipo de testemunha é considerada a mais forte evidência histórica.

Como as testemunhas oculares podem ajudar na confirmação dos Evangelhos? Temos hoje a informação de que os Evangelhos foram escritos num intervalo de 30 a 60 anos após a morte de Cristo. Este é um período no qual as testemunhas oculares, mesmo aquelas que são hostis, poderiam facilmente desmentir caso o relato fosse falso ou fantasioso, pois grande parte destas testemunhas presentes aos fatos estava viva quando os Evangelhos foram escritos.

No final do século XIX, descobertas arqueológicas confirmam a exatidão dos manuscritos do Novo Testamento. Descobertas de manuscritos antigos em papiros que preencheram a lacuna entre a época de Cristo e os manuscritos existentes de uma data posterior.

Como resultado dessa evidência indiscutível, Willian Albiright, o primeiro arqueólogo bíblico do mundo, disse: Já podemos dizer, enfaticamente, que não mais há nenhuma base sólida para datar nenhum livro do Novo Testamento com data posterior a 80 d. C., duas gerações completas antes da data entre 130 e 150, fornecida pelos críticos mais radicais do Novo Testamento da atualidade”. 
(Evidências da Ressurreição, pág. 150 e 151)

Para o meio acadêmico o Evangelho de Marcos foi escrito na década de 70, Mateus e Lucas na década de 80, e João na década de 90. Já o dr. Craig Blomberg (autor de vários livros e pesquisas sobre o assunto) mostra sob uma outra perspectiva que o livro de Atos é a evidência que coloca os Evangelhos mais próximos da data dos acontecimentos. O Livro de Atos relata o ministério de Paulo desde a sua conversão até a prisão de Roma, o que, segundo Blomberg é um forte indício de que foi escrito antes da morte do Apóstolo Paulo, o que coloca o livro de Atos redigido até no máximo a década de 60.

De acordo com o próprio Lucas, o livro de Atos foi o segundo a ser escrito por ele (Atos 1:1, Lucas 1: 1 – 3), assim o Evangelho de Lucas foi escrito anteriormente à essa época.  Por sua vez, o Evangelho de Lucas que inclui parte do Evangelho de Marcos, significando que o Evangelho de Marcos é anterior ao de Lucas. Considerando tais evidências, podemos crer que o Evangelho de Marcos foi escrito entre o final da década de 50 ou começo de 60. Com relação à morte de Cristo, este intervalo corresponde à, no máximo, 30 anos.
(Em defesa de Cristo – pág. 41 e 42) 

O Dr. John A. T. Robinson, conhecido por desempenhar um papel importante no movimento “Death of God” (Deus está morto), foi um dos mais conhecidos críticos ingleses ao sobrenaturalismo da Bíblia. Robinson aceitou o consenso tipificado pela crítica alemã de que o Novo Testamento foi escrito muitos anos depois da época de Cristo, no final do século I. Mas como “pouco mais que uma piada teológica”, ele decidiu investigar os argumentos sobre a datação posterior de todos os livros do Novo Testamento, um campo em grande parte adormecido desde a virada do século.

Os resultados assombraram o Dr. Robinson. Ele disse que, em virtude da “preguiça” dos acadêmicos, da “tirania das suposições não verificadas” e da “cegueira quase voluntária” de autores anteriores, grande parte da argumentação passada sobre a qual se baseava a crítica bíblica era indefensável. Ele concluiu que o Novo Testamento é obra dos próprios apóstolos, ou de contemporâneos que trabalhavam com eles, e que todos os livros do Novo Testamento, incluindo o Evangelho de João, tinham de ter sido escritos antes de 64 d. C.
(Evidências da Ressurreição – pág. 151)

Para avaliar o Novo Testamento sob a questão de quão cronologicamente próximos dos eventos que descrevem este documento foram escritos, alguns historiadores os avaliaram pelos padrões definidos pelo sistema judicial dos Estados Unidos fazendo uso do princípio de “documento antigo” contido nas Regras Federais de Evidência (as evidências usadas em tribunais dos Estados Unidos). Isto permite que a autenticação de um documento seja feita pela demonstração de que o documento:
1.      Está em tal condição que não desperte suspeitas a respeito de sua autenticidade;
2.      Estava em lugar onde, se autêntico, provavelmente estaria;
3.      Já existe há vinte anos ou mais no momento em que é apresentado.

O Dr. John Warnick Montgmery, professor aposentado de direito e ciências humanas, na Universidade de Luton, Inglaterra comenta a aplicação da regra de “documento antigo” aos documentos do Novo Testamento: “Esta regra, aplicada aos registros do Evangelho e reforçada pela crítica inferior (textual) respeitável, estabeleceria a competência em qualquer tribunal”. Similarmente, Pamela Binnings Ewen, sócia da prestigiosa empresa internacional de direito, Baker and Botts, conclui que “os Evangelhos são documentos da idade requerida, que vêm da custódia apropriada e são isentos de aparições suspeitas. Eles satisfazem todas as exigências para autenticação, segundo as regras de Evidência.”
(Evidências da ressurreição – pág. 150)

Outra dúvida importante a ser esclarecida é sobre a preservação deste documento durante essa linha do tempo que compreende o século I, época em que os autores viveram, até os nossos dias. 



A Preservação do Novo Testamento

Os números são relevantes quando se diz sobre a preservação do Novo Testamento. A confiabilidade das cópias pode ser confirmada, em grande parte, por grande número de cópias.  Quanto mais cópias tivermos de um manuscrito antigo, mais possível será comparar as cópias e determinar a forma exata do documento original.
(Evidências da Ressurreição, pág. 150)
Existem mais de 5.000 manuscritos catalogados no grego (sem considerar as cópias em latim, siríaco e copta). Tais cópias foram feitas no período de 150 a 325 d. C..

Outros documentos antigos que mais chegam perto em quantidade seriam a Ilíada de Homero com menos de 650 manuscritos hoje, cópias feitas por volta dos séculos II e III d. C., mas que foram escritas por volta de 800 a. C.. O intervalo é bem longo, porém os estudiosos consideram que são obras autênticas.

Caso não tivéssemos os manuscritos gregos, ainda seria possível remontar o Novo Testamento baseando-se nas citações, comentários, sermões, cartas, etc. dos pais da igreja.
(Em defesa de Cristo – pág. 75 a 77; Introdução Bíblica – pág. 158 e 159)

Não é de se admirar que tantos estudiosos tenham concluído que o Novo Testamento é o mais bem documentado de todos os textos antigos. Em termos do número e da variedade de documentos e do período de tempo entre os eventos e os escritos, nenhum documento se compara à ele, na sua integridade.
(Evidências da ressurreição – pág. 162)

Quando colocamos em comparação o Novo Testamento junto com outros documentos tão antigos quanto ele, é que podemos perceber o cuidado para que a revelação da Palavra chegasse até nós.

O historiador Romano Tácito que viveu em 116 d.C. escreveu os Anais. Sua obra tem uma cópia feita em 850 d.C., outras cópias são do século XI. Josefo, historiador do século I escreveu Guerra dos Judeus, deste temos nove manuscritos gregos que são cópias feitas no século X a XII.

Sobre o Novo Testamento temos 99 fragmentos de papiros, dentre estes, os mais antigos são cópias das quais as datas giram em torno de 200 d.C.. Estes trazem dois terços do Evangelho de João, grandes partes de oito cartas de Paulo e alguns trechos de Apocalipse.
(Em Defesa de Cristo – pág. 76 e 77)

Há um fragmento de papiro, medindo cerca de 6,5 centímetros por 9 centímetros que contem cinco versículos do capítulo 18 do Evangelho de João. Ele foi avaliado por muitos paleógrafos famosos e concluíram que o manuscrito era de 100 a 150 d. C.
(Em Defesa de Cristo – pág. 78)

Destacamos aqui a proximidade entre as datas dos Evangelhos e de suas cópias. O que impressiona é a preservação destes documentos, não há comparação! Isto só pode ser obra do Espírito Santo, uma obra sobrenatural.

A corroboração adicional para os documentos do Novo Testamento vem da arqueologia. Onde os dados dos Evangelhos podem ser verificados, as descobertas arqueológicas constantemente provaram que os documentos são notavelmente exatos.

Sir William Ramsey, um dos maiores geógrafos de todos os tempos, foi aluno da escola histórica alemã de meados do século XIX. Ele estava convencido de que o livro de Atos era um produto de meados do século II d. C. Na sua investigação para fazer um estudo topográfico da Ásia Menor, ele foi forçado a considerar os textos de Lucas como um guia para a sua pesquisa. Como resultado da incrível exatidão do livro, ele inverteu completamente as suas crenças e datou o livro como sendo quase contemporâneo aos eventos que descrevia, em virtude da esmagadora evidência descoberta em sua pesquisa. Ele descobriu que nas referências a 32 nações,54 cidades e 9 ilhas diferentes, Lucas não cometeu sequer um único engano.

Aqui estão apenas alguns exemplos de como a arqueologia confirmou o registro Bíblico:

·         Durante séculos, não houve nenhum registro do tribunal onde Pilatos julgou Jesus, William Albright mostra que esse tribunal era o tribunal da Fortaleza de Antônia, e sede militar romana em Jerusalém.
·         O tanque Betesda, mencionado em João 5: 2, agora pode ser identificado “com uma boa dose de certeza, no setor nordeste da cidade velha (a área chamada Bezetha, ou ‘Novo Campo’), no século I d. C., onde restos de sua existência anterior foram descobertos durante escavações realizadas perto da igreja de Santa Ana, em 1888”.
·         Em 1990, foi encontrado em Jerusalém o sepulcro de Caifás, o sumo sacerdote judeu que enviou Jesus a Pilatos, e de sua família.

O arqueólogo Millar Burrows, de Yale, conclui: De modo geral, a evidência que a arqueologia nos propiciou até agora... fortalece a nossa confiança na exatidão com que o texto foi transmitido ao longo dos séculos”.
(Evidências da Ressurreição, pág. 157 e 158)

Até o momento temos os testemunhos da vida de Jesus, provamos ali sobre sua natureza humana. Depois também vimos evidências a respeito do Novo Testamento mostrando o quanto é historicamente confiável e que não houve, desde a sua época, quem o apontasse como mentiroso. Portanto, podemos concluir que o seu conteúdo é verdadeiro. A partir daqui, pretendemos falar a respeito da natureza divina do Cristo.

Jesus é Deus?

Foi nos Evangelhos que ficaram registradas as Palavras de Jesus Cristo: “Eu e o Pai somos um” - João 10:30. Nesta frase, Jesus não apenas diz ser Filho de Deus como também se coloca em total semelhança com Ele, seja em características, em intenções, em pensamentos, em sentimentos, em todas as coisas inclusive em poder, ou seja, Jesus assume ser Deus.

Temos no Novo Testamento várias evidências sobre a natureza divina de Jesus Cristo, selecionei algumas delas para trazer ao estudo. A primeira das quais quero falar está em Marcos 2: 1 – 12, um homem trazia consigo uma maldição que o aprisionava e nenhum remédio seria capaz de curá-lo. Sabendo Jesus a procedência daquela enfermidade (onisciência), liberou-o da prisão quando perdoou seus pecados. Faço aqui a mesma pergunta que os religiosos: quem pode perdoar pecados, senão Deus? A cura daquele paralítico foi a evidência maior de que ele estava liberto não apenas da enfermidade mas também do peso do pecado. Da mesma maneira, temos o relato da vida de Maria Madalena em João 8: 10 e 11, que após encontrar-se com Cristo mudou de vida. A presença de Jesus foi suficiente para que ela vencesse os hábitos e desejos antigos.  

A segunda evidência não depende de pessoas, para que não digam que se tratava de “pessoas contratadas”. Está no Evangelho de João 21: 3 – 8, esse trecho conta que os discípulos numa noite inteira de pesca nada apanharam, mas quando o Cristo se apresentou na praia e ordenou que atirassem a rede do lado direito do barco, os peixes vieram à rede em tamanha quantidade que eles não podiam agüentar seu peso. Algo sobrenatural aconteceu ali, nada de ilusionismo, nada que pudesse ser forjado, um simples e verdadeiro milagre sobrenatural.

Quando apresentamos a lista de milagres, os céticos argumentam sobre outros rabinos que também faziam coisas como pedir uma chuva e ela acontecer, etc. Ocorre que as obras de Jesus mostravam um nível do sobrenatural a qual nenhum outro pôde alcançar. Segundo o dr. Greory A. Boyd, “o que mais distingue Jesus é a forma com que realizou milagres pela sua autoridade”. Em Lucas 20: 11 Jesus disse: Mas, se eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente, a vós é chegado o Reino de Deus. Nas Palavras de Jesus, Ele é o Reino de Deus que chegou ao mundo. Também diz em João 14: 10 que suas obras são procedentes do Pai. Veja que dizendo isso Ele está fazendo com que as pessoas que O louvam por suas obras passem a louvar o Pai. Ele dá o crédito à Deus de suas ações mas não pede para que Deus as realize, simplesmente Ele faz. Qual rabino se compararia a Jesus?
(Em Defesa de Cristo, pág. 156)

Deixemos de lado a grande lista de milagres que ainda caberiam neste tópico para nos ater à outro aspecto no qual só Deus se encaixa, o cumprimento das profecias.  Podemos encontrar no Antigo Testamento quarenta e oito profecias a respeito do Messias. Vejamos algumas:
·         Sobre o nascimento: Portanto, o mesmo Senhor vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel - Isaías 7:14
·         Sobre o lugar do seu nascimento: E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá o que será Senhor em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade. Miquéias 5:2
·         O preço pela traição: (...) e pesaram o meu salário, trinta moedas de prata – Zacarias 11: 12
·         Sobre o momento da crucificação: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que te alongas das palavras do meu bramido e não me auxilias? Deus meu, eu clamo de dia, e tu não me ouves; de noite, e não tenho sossego. Porém tu és Santo, o que habitas entre os louvores de Israel. Em ti confiaram nossos pais; confiaram, e tu os livraste. A ti clamaram e escaparam; em ti confiaram e não foram confundidos. Mas eu sou verme, e não homem, opróbrio dos homens e desprezado do povo. Todos os que me vêem zombam de mim, estendem os lábios e meneiam a cabeça, dizendo: Confiou no Senhor, que o livre; livre-o, pois nele tem prazer. Mas tu és o que me tiraste do ventre; o que me preservaste estando ainda aos seios de minha mãe. Sobre ti fui lançado desde a madre; tu és o meu Deus desde o ventre de minha mãe. Não te alongues de mim, pois a angústia está perto, e não há quem ajude. Muitos touros me cercaram; fortes touros de Basã me rodearam. Abriram contra mim suas bocas, como um leão que despedaça e que ruge. Como água me derramei, e todos os meus ossos se desconjuntaram; o meu coração é como cera e derreteu-se dentro de mim. A minha força se secou como um caco, e a língua se me pega ao paladar; e me puseste no pó da morte. Pois me rodearam cães; o ajuntamento de malfeitores me cercou; traspassaram-me as mãos e os pés. Poderia contar todos os meus ossos; eles vêem e me contemplam. Repartem entre si as minhas vestes e lançam sortes sobre a minha túnica. Salmos 22:1-18

(O cumprimento destas profecias estão espalhadas pelo Novo Testamento, principalmente nos Evangelhos. Para um cético é um risco lê-lo! Ele pode causar mudanças nas bases sua vida!)

Poderia ser uma manipulação de Jesus para cumprir estas profecias? Obviamente não. Algumas delas não dependiam de sua vontade, como por exemplo, o lugar onde nasceu ou a perseguição que aconteceu quando ainda era um bebê, e tão pouco pôde participar da negociação entre Judas e os religiosos pelas trinta moedas de prata.

Outra dúvida levantada pelos céticos seria a coincidência. Haveria chance de ser só uma coincidência Jesus cumprir quarenta e oito predições do Messias? Os números para a chance de alguém cumprir apenas oito delas já seria milhões de vezes maior do que o número de habitantes na terra, mais especificamente, um em cem trilhões. Lee Strobel pesquisou as projeções matemáticas feitas por Peter W. Stoner para o cumprimento das quarenta e oito profecias e descobriu que seriam um trilhão elevado à décima quinta potencia.
(Em Defesa de Cristo, pág. 244)

Propositalmente não incluí a ressurreição aos milagres por considerar ela a prova absoluta e indiscutível de que Jesus Cristo é o Senhor. Como disse no princípio, é ela quem difere definitivamente um homem qualquer do Filho de Deus. Esse ponto constituiu-se em tamanha importância que muitos ateus já tentaram bombardeá-lo com diversas teorias a fim de desconstruí-lo. Vamos analisar esse assunto mais de perto.

O Eixo Principal

Conforme tratamos anteriormente, toda tentativa de provar a veracidade da fé cristã deve se basear, portanto, no Filho de Deus, já que o próprio Jesus disse ser quem veio para revelar Deus o Pai. Dentre a vida, os milagres e os ensinamentos de Jesus Cristo, mais especificamente a ressurreição é o eixo principal. Pois, quem seria dotado de tal poder capaz de ressuscitar senão o Filho de Deus?

O apóstolo Paulo coloca a ressurreição como o ponto central da fé cristã: “E se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados”- 1 Cor. 15: 17. Com a declaração do apóstolo, podemos concluir que o cristianismo sem a criação (assunto de muitos debates entre céticos e cristãos) continua de pé, o cristianismo sem a ressurreição de Jesus Cristo se desconstrói.

Segundo o filósofo Stephen Davis, “A ressurreição de Jesus, então é a prova decisiva de Deus de que Jesus não é apenas um grande professor religioso na história. É o sinal de Deus de que Jesus não é um charlatão religioso entre todos os charlatães religiosos do mundo. A ressurreição é a maneira de Deus apontar para Jesus e dizer que Ele é aquEle em que você deve crer. Ele é o nosso Salvador. Somente Ele é o Senhor”.
(Evidências da Ressurreição – pág. 122)

O matemático, físico e filósofo Blaise Pascal (1623 – 1662), em um fragmento de Pensées (Pensamentos) enfatiza que não se pode provar a existência de Deus pela razão. Em outro fragmento da mesma obra ele  explica que uma prova da existência de Deus precisa ser relacional: “Nós conhecemos a Deus somente através de Jesus Cristo... Todos os que afirmam conhecer Deus, e o provam sem Jesus Cristo, tem provas débeis. No coração de cada ser humano há um vazio dado por Deus, que somente Ele pode preencher através de Seu Filho Jesus Cristo”. Se Ele vive, é possível relacionar-se com Deus.    
   
Alguns céticos, entendendo a importância da ressurreição para fundamentar a fé cristã, levantaram diversas teorias no intuito de fazer dela uma lenda. Estas ressurgem em épocas distintas com autores diferentes. Trago a seguir um breve relato de cada uma e como refutá-la.

A teoria do desmaio – Os teoristas do desmaio repudiam a ressurreição afirmando que Jesus nunca morreu na cruz; Ele somente desfaleceu e depois foi reavivado. Assim, o sepulcro estava vazio não por causa da ressurreição, mas da ressuscitação. Diversas histórias imaginativas derivam desta teoria (Ressurreição, pág. 28 e 29).

Estudiosos de renome repudiaram a chamada teoria do desmaio, mas ela continua aparecendo na literatura popular. Segundo Luke Timothy Johnson, da Universidade Emory, esta é “a mais pura  conversa fiada, produto de imaginação febril, não de estudo cuidadoso” (Em defesa de Cristo, pág. 255 e 256).  
Lee Strobel entrevistou o médico Alexander Metherell, Doutor em Medicina e Ph.D., questionando se Cristo poderia ter sobrevivido à crucificação. As explicações médicas compreenderam desde momentos antes da crucificação até a morte.

“E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue que corriam até o chão” – Lucas 22: 44. A respeito deste acontecimento anterior à cruz, o médico relata que hoje, essa condição é chamada pela medicina como hemaditrose e está ligada ao alto grau de estresse psicológico.

“Pilatos, pois, tomou, então, a Jesus e o açoitou” – João 19: 1. Pilatos ordena que os soldados romanos açoitem Jesus antes de mandá-lO para a cruz. Este açoitamento era conhecido por seu caráter brutal. Era usado um chicote de tiras de couro trançadas, com bolinhas de metal amarradas ou pedaços de ossos afiados que chegavam a deixar a espinha exposta. Segundo o médico, algumas pessoas morriam nesta tortura antes de chegar a serem crucificados. Se a vítima não morria, sofreria, ao menos, dores terríveis e entrava em choque hipovolêmico (nome dado aos efeitos de grande perda de sangue). Ele ainda aponta evidências de que Jesus passou por esse choque como quando Ele está carregando a viga horizontal à caminho do Gólgota e acabou caindo, logo o soldado romano ordenou que Simão Cireneu carregasse o patibulum  (Mateus 27: 32), também, depois disso, quando Jesus disse: Tenho sede (João 19: 28).

“E, havendo-o crucificado, repartiram suas vestes, lançando sobre eles sortes, para saber o que cada um levaria” – Marcos 15: 24. Os cravos de 15 cm bem afiados que atravessaram o nervo central nos pulsos e os nervos dos pés de Jesus, a dor excruciante, os braços brutalmente esticados com as juntas deslocadas por 15 cm, a dificuldade para respirar que dependia de sobrepor o corpo apoiando-se nos pés feridos e os batimentos cardíacos fora de compasso... Tudo isso mostra o quanto a teoria do desmaio é incabível diante de tanto sofrimento! Mas o ponto decisivo que lança fora esta teoria, com certeza é o que vem a seguir.
“Contudo, um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu água e sangue”- João 19: 34. Caso os romanos deixassem algum crucificado sobreviver, pagariam com suas próprias vidas. Essa era a punição se algo desse errado. Para adiantar a morte por asfixia dos dois ladrões, quebraram-lhes as pernas. Já com Jesus, viram que Ele estava sem respirar. Para comprovar a sua morte furaram-lhe o lado com uma lança. Segundo o médico, a lança aparentemente atravessou o pulmão direito e o coração, e quando foi tirada, saiu um líquido transparente como água e foi seguido por um volume grande de sangue. Estas coisas decorrem do choque hipovolêmico que faz o coração bater rapidamente por algum tempo, resultando em sua falha e no acúmulo de líquido na membrana em torno do coração, chamado de efusão pericardial e em torno do pulmão, chamado de efusão pleural. O líquido que saiu de Jesus atesta que Ele estava morto antes de ser retirado da cruz.
(Em defesa de Cristo, pág. 254 a 266)

A teoria dos gêmeos – Em certo debate ocorrido em 1995 com o apologista cristão Willian Lane Craig, o filósofo Robert Greg Cavin defendeu que Jesus tinha um irmão gêmeo idêntico, do qual foi separado da sua família ao nascer. Segundo ele, se reencontraram no momento da cruz e percebe que Jesus era seu irmão. Imediatamente forja uma missão messiânica para Cristo e a executa roubando o corpo e fingindo ser o Cristo ressuscitado.
(Ressurreição, pág. 30)

Além de não haver nenhuma evidência que a comprove, essa teoria cai diante dessa narração bíblica:
Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus.
Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-lhes: Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei. E, oito dias depois, estavam outra vez os seus discípulos dentro, e, com eles, Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco!
Depois, disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente
.”
João 20:24-27

Por não passar pelo sofrimento, o fantasioso irmão gêmeo não teria as marcas dos cravos ou das lanças para serem tocadas.

A teoria do sepulcro desconhecido – Os que defendem essa teoria baseiam-se na crença de que os corpos das pessoas que eram crucificadas eram lançadas numa vala comum. Para eles, Jesus teria o mesmo fim. Porém em 1968, foram descobertos os restos de Yohanan Bem Há´galgal em um sepulcro familiar. Yohanan foi crucificado e depois sepultado em seu sepulcro.
              
                  









Esta descoberta arqueológica, além de evidenciar a falha existente na teoria do sepulcro desconhecido também respalda o que os evangelhos narram sobre o sepultamento de Jesus Cristo no sepulcro de José de Arimateia.

Outras evidências estão no texto bíblico:
“E, vinda já a tarde, chegou um homem rico de Arimateia, por nome José, que também era discípulo de Jesus. Este foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Então, Pilatos mandou que o corpo lhe fosse dado. E José, tomando o corpo, envolveu-o num fino e limpo lençol,
e o pôs no seu sepulcro novo, que havia aberto em rocha, e, rolando uma grande pedra para a porta do sepulcro, foi-se. E estavam ali Maria Madalena e a outra Maria, assentadas defronte do sepulcro”.

Mateus 27:57-61

Segundo estes relatos, Jesus foi enterrado em um sepulcro específico – o de José de Arimatéia. O próprio José conhecia bem a sua localização, as mulheres que assistiam e os guardas romanos que posteriormente receberam ordens para guardar o sepulcro.

Segundo narram os Evangelhos, o corpo de Jesus foi preparado segundo os costumes fúnebres dos judeus. Bem como podemos observar no trecho acima de Mateus, as mulheres ficavam do lado de fora. A teoria do sepulcro desconhecido não se encaixa diante de todos estes argumentos. 
(Evidências da Ressurreição, pág. 213 e 214)

A teoria do sepulcro errado – esta teoria pressupõe que quando as mulheres retornaram, na manhã de domingo, para honrar a Cristo, foram ao sepulcro errado. Segundo o professor Kirsopp Lake, um dos iniciadores dessa teoria, as mulheres não sabiam onde Jesus havia sido sepultado, e, por equívoco, foram ao sepulcro errado. Como resultado de chegar a um sepulcro vazio, entenderam que Jesus havia ressuscitado.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      

Para provar que essa teoria está correta, não apenas as mulheres teriam que ir ao sepulcro errado, mas também os discípulos, os guardas, e o anjo teria anunciado algo diferente do que narra os evangelhos. Veja Mateus 28: 1 – 6, Marcos 16: 1 – 6, Lucas 24: 1 – 6 e João 19: 1 – 13. As conversões de Paulo e Tiago também combatem essa teoria.

Willian Lane Craig ressalta que “se a ressurreição foi um erro colossal, com base no erro das mulheres, então os inimigos do cristianismo tiveram grande satisfação em expor esse erro, indicando onde se localizava o sepulcro correto ou talvez até exumando o corpo. A ideia de que a ressurreição derivou do fato de que as mulheres foram ao sepulcro errado, é superficial demais”.
(Evidências da ressurreição, pág. 214 e 215)

A teoria da lenda – alguns afirmam que os relatos da ressurreição são lendas que surgiram anos depois da época de Cristo. Parece-nos que os defensores dessa teoria desconhecem o fato narrado na Bíblia:
“Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras,
e que foi visto por Cefas e depois pelos doze. Depois, foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem também. Depois, foi visto por Tiago, depois, por todos os apóstolos e, por derradeiro de todos, me apareceu também a mim, como a um abortivo”.
1 Coríntios 15:3-8

Mais de 500 testemunhas oculares, quase todas ainda vivas por volta de 50 d. C. quando estes relatos foram escritos. Caso isso fosse mentira, muitos opositores teriam prazer em desmentir, mas isso não aconteceu.       

O Dr. J. N. D. Anderson conclui que é “quase sem sentido falar sobre lendas quando estamos lidando com as próprias testemunhas oculares”. Para que uma lenda seja desenvolvida teria que passar várias gerações antes dos fatos serem registrados.
(Evidências da Ressurreição, pág. 215 e 216)

A teoria da alucinação – essa teoria propõe que as testemunhas apenas pensaram ver Jesus, tendo uma alucinação em massa. Essa foi a teoria naturalista mais popular para a ressurreição de Cristo, até que perdeu a adesão dos estudiosos a cerca de 100 anos, sendo retomada agora. No entanto, tem mais descrédito que todas as demais teorias naturalistas.

Qual é o perfil de pessoas que podem ter alucinações? Viciados em drogas, paranóicos ou esquizofrênicos e pessoas à beira da morte. Dentre o número de testemunhas citadas no Novo Testamento estavam todos os tipos diferentes de pessoas, com diferentes antecedentes, diferentes idades, diferentes profissões, diferentes estados de espíritos e de diferentes graus de instrução, todas dizendo ter visto Jesus Cristo ressuscitado.

A outra questão sobre alucinações é que está relacionada ao subconsciente do indivíduo, e às suas experiências anteriores. Dessa forma é muito improvável que duas ou mais pessoas tivessem a mesma alucinação. Gary Collins, psicólogo clínico, explica: “As alucinações são ocorrências individuais. Pela própria natureza das alucinações, uma pessoa pode ter apenas uma alucinação por vez. Certamente, as alucinações não são algo que possa ser visto por um grupo de pessoas... Uma vez que a alucinação só existe no sentido subjetivo e pessoal, é obvio que outras pessoas não podem testemunhá-la.” Ele conclui que a evidência contra a hipótese de alucinação é tão convincente que os céticos “teriam que ir contra grande parte dos dados atuais psiquiátricos e psicológicos sobre a natureza das alucinações”. 
(Evidências da Ressurreição, pág. 219 e 220)

A teoria muçulmana da substituição – Outras hipóteses usadas para explicar a ressurreição emanam de religiões mundiais, como o islamismo. De uma perspectiva muçulmana, Jesus nunca foi crucificado e, assim, nunca ressuscitou. Como explica o filósofo cristão Norman Geisler, os muçulmanos ortodoxos sustentam que “Jesus não foi crucificado na cruz, mas que Deus fez outra pessoa se parecer como Jesus e esta pessoa foi crucificada por engano no lugar de Cristo. E as palavras ‘Deus o ressuscitou para si’ significa freqüentemente que Jesus foi levado vivo para o céu, sem morrer”.
(Ressurreição pág.31)

A inspiração dos mulçumanos para a referida teoria vem do Alcorão. O livro afirma que Jesus não foi morto, embora só tenha sido escrito no século VI. Quando o intervalo entre a ressurreição e o Alcorão é comparado ao intervalo entre a ressurreição e as biografias de Jesus (máximo de 30 anos), fica claro qual seria a fonte mais confiável.

Outra questão a se avaliar sobre essa teoria é que ela apresenta problemas e caráter histórico e moral.

Ao observar o caráter histórico, podemos notar que as profecias no Antigo Testamento predisseram a morte do Messias (Isaias 53, Salmos 22: 16, etc). Ao morrer, Jesus cumpriu as profecias. Não há no Antigo Testamento a profecia que o Messias seria substituído por alguém.

O próprio Jesus predisse sobre sua morte (João 2: 19 a 21, Mateus 12: 40, Marcos 8:31). Durante todo o seu ministério, Ele nunca disse que seria substituído por alguém.

No âmbito moral, se Ala trocasse Jesus por alguma outra pessoa fazendo com que ela se passasse por Jesus, enganaria não apenas os discípulos, também a mãe de Jesus (reverenciada pelos muçulmanos) e todos os cristãos até esta data.
(Evidências da ressurreição, pág. 223 a 225)         

A teoria da Conspiração: O corpo foi roubado pelos discípulos – A primeira e uma das mais famosas teorias do sepulcro vazio. Deixemos que a Bíblia explique:
E, quando iam, eis que alguns da guarda, chegando à cidade, anunciaram aos príncipes dos sacerdotes todas as coisas que haviam acontecido. E, congregados eles com os anciãos, e tomando conselho entre si, deram muito dinheiro aos soldados, Dizendo: Dizei: Vieram de noite os seus discípulos e, dormindo nós, o furtaram. E, se isto chegar a ser ouvido pelo presidente, nós o persuadiremos, e vos poremos em segurança. E eles, recebendo o dinheiro, fizeram como estavam instruídos. E foi divulgado este dito entre os judeus, até ao dia de hoje. Mateus 28: 11-15

A teoria que o corpo de Jesus fora roubado pelos discípulos ainda era propagada muito tempo depois, por conta disso, escreveram sobre ela Justino o Mártir em 130 d. C. e Eusébio em 314 – 318 d. C. 

São várias as explicações para refutar essa teoria, mesmo o relato Bíblico se trata de uma prova histórica. Porém a maior evidência é o testemunho fiel dos apóstolos, testemunhas oculares das aparições de Jesus pós-ressurreição, de que Ele verdadeiramente ressuscitou. Esse testemunho causou-lhes a morte da maioria.
(Evidências da Ressurreição, pág.228 a 230)

Ao contrário disso, o corpo de Jesus nunca foi encontrado para fundamentar essa tese. Caso contrário, os judeus seriam os maiores beneficiados e teriam imensa satisfação em divulgar o feito.

Essas teorias não são todas as que já foram apresentadas, mas considero as principais. Também delas se originam outras similares que podem ser refutadas com os mesmos argumentos e provas.

Ao avaliar as teorias para tentar explicar de uma outra maneira o acontecimento da ressurreição, é necessário verificar se elas levam em conta todos os fatos envolvidos. O Dr. J. N. D. Anderson, chefe do Instituto para Estudos Avançados em Direito em Londres, enfatiza que “a evidência deve ser considerada como um todo. É comparativamente fácil encontrar uma explicação alternativa para uma ou outra das diferentes tendências que constituem este testemunho. Mas essas explicações não tem nenhum valor, a menos que se encaixem também nas outras linhas do testemunho. Muitas teorias diferentes, cada uma das quais poderia ser aplicável à parte da evidência, mas que não têm coerência em um padrão inteligível, não podem proporcionar nenhuma alternativa à única interpretação que se encaixa no todo”.
(Evidências da Ressurreição pág. 211 e 212)

Somente uma conclusão explica todos os fatos, é justamente aquela apresentada na Bíblia. É a sobrenatural ressurreição do Filho de Deus.

As Evidências a Favor da Ressurreição

          As evidências que serão apresentadas, são chamadas em termos técnicos de Evidência Circunstancial. Esta consiste em prova de fatos oferecida como evidência, da qual outros fatos devem ser deduzidos. Se compararmos a evidência circunstancial com uma construção, cada evidência seria um tijolo. Apenas um tijolo não tem nenhum valor, mas assim como vários tijolos foram uma parede, também várias evidências se somam para formar uma prova substancial. Frequentemente, uma evidência circunstancial forte é mais confiável que uma evidência direta, porque não pode ser inventada com a mesma facilidade. As evidências que se seguem apontam para o fato da ressurreição, porque nada mais pode explicá-las.
(Evidências da Ressurreição, pág. 239 e 240)

Prova circunstancial 1:  A morte das testemunhas – Tudo fica mais claro quando nos lembramos da reação dos discípulos desde a prisão até a morte de Jesus. Amedrontados, correram e se esconderam à portas fechadas – Mateus 26:56 e João 20: 19. Depois de um curto período de tempo, passaram a espalhar a mensagem da ressurreição, sem nenhuma vantagem e que lhes custou ostracismo, torturas e mais tarde a morte. Essa mudança só aconteceu porque tinham certeza de que Jesus esteve em pessoa com eles, mostrou-lhes as feridas e até comeu com eles! João 20: 27, Lucas 24: 42 e 43 e Atos 1: 3        

Evidência circunstancial 2: A conversão dos céticos – Podemos falar de dois céticos em especial Tiago, irmão de Jesus, e Saulo de Tarso. Em João 7: 5 vemos que os irmãos de Jesus não criam Nele, e em 1 Coríntios 15: 7 o apóstolo Paulo testifica que o Cristo ressurreto apareceu para Tiago, Gálatas 1:19 também afirma a sua conversão. Sabemos que se trata do irmão do Senhor porque, quando Jesus aparece aos apóstolos, Tomé era o único que não estava (João 20: 25). E o texto de Coríntios é bem específico na ordem: primeiro Tiago, depois aos apóstolos; referindo-se ao grupo. Saulo de Tarso, por sua vez, era fariseu e odiava tudo o que ameaçasse as tradições do povo judeu. Motivo pelo qual ele perseguiu muitos cristãos. Repentinamente ele para de persegui-los e se junta a eles. Paulo então dá testemunho do que causou esta mudança em Gálatas 1: 13,14 e Atos 26: 14-18.

Evidência circunstancial 3: Grandes alterações sociais – Falar a respeito do povo judeu é falar de suas tradições. Essa característica é tão marcante que se torna responsável por ser um povo antigo que não desapareceu em relação à outros povos que viviam na mesma época como assírios, persas, amonitas, babilônios e outros. A tradição deste povo manteve sua identidade mesmo fora do seu território. Contudo, cinco semanas após a ressurreição, mais de dez mil judeus deixam de lado suas tradições fundamentalistas e passam a dedicar o domingo como dia do Senhor, abdicam dos sacrifícios de animais e das leis Mosaicas. São mil e quinhentos anos de tradição de um povo intimamente ligados à ela que são descartados. Um motivo forte para isso acontecer não é um rabi pobre sem nada a lhes oferecer, mas é ver um homem voltar a viver em seu próprio corpo, com marcas nas mãos e nos pés. Só a ressurreição é um forte o bastante para isso.  

Evidência circunstancial 4: A ceia – A ceia do Senhor Jesus Cristo é a celebração de que Cristo foi moído e seu sangue derramado (crucificação), um ato cruel dos romanos encabeçado pelos principais da sinagoga. A pergunta é: Por que os cristãos primitivos comemoravam a morte de alguém a quem tanto amavam? É porque entenderam que foi um passo necessário para uma vitória muito maior. Isso tornou-se possível de entender quando viram o Cristo ressurreto – Hebreus 2: 9.

Evidência circunstancial 5: O batismo – Ele também é a celebração da morte de Jesus. Quando alguém é batizado está escolhendo ser participante da morte e ressurreição de Cristo, é exatamente por isso que a pessoa submerge na água, significando a morte e depois saindo da água, o que significa a ressurreição. No meio ateu se diz que o batismo foi copiado das religiões de mistério. Mas na realidade, não há registros de que nessas religiões se acreditavam que os deuses podiam morrer e ressuscitar antes do Novo Testamento ser escrito, portanto se houve algum empréstimo seria o contrário.

Evidência circunstancial 6: O surgimento da igreja – O Ph.D. J. P. Moreland explicou que quando ocorre uma mudança cultural importante, os historiadores sempre procuram eventos que possam explicá-las. O que marca o início da igreja foi a morte de Jesus. Quais eram as possibilidades? Um grupo de pessoas insignificantes sob a pressão de Roma, cuja mensagem era que um carpinteiro crucificado de um povo obscuro triunfou sobre a morte. Num período aproximado de vinte anos, ela estava no palácio de Cesár. Mais de dois mil anos se passaram e continuamos chamando nossos filhos de “Pedro” e “Paulo”, isso significa que essa mensagem ainda é viva e atemporal.
(Em Defesa de Cristo,pág. 330 - 342 )

 Evidência circunstancial 7: Os encontros em todas as nações que ainda acontecem hoje ocorrendo em todas as classes sociais, todas as idades, desde países cristãos até os predominantemente muçulmanos. Relatos de pessoas que sonham com Jesus sem nunca antes ter ouvido falar Dele, e que depois do sonho vão procurar conhecê-lO, resultando em conversões. Pra mim, esta evidência além de dizer que meu Salvador vive, também diz que nos ama com o mesmo amor derramado na cruz.

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