24 de abr. de 2021

CHAMADOS PARA ORAR

Ouvi que pregamos melhor aquilo que nós precisamos aprender. A pregação é sincera quando pregamos para nós mesmos. Há uma força dentro de nós todos que nos puxa para não orar, também há uma força no nosso exterior que tem o mesmo objetivo. Do outro lado está a Palavra de Deus e o Espírito Santo nos convidando a nos comprometer com a oração.

Para falarmos disso, nós vamos estudar os últimos momentos de Jesus sobre a terra antes da crucificação e poder ver a semelhança daquele momento com os nossos dias.

A Bíblia nos diz que o Senhor celebrou a ceia com seus discípulos, cantou e saiu para o Monte das Oliveiras a fim de orar - Mateus 26: 26 a 30.

Os fatos que estão sendo contados aqui aconteceram exatamente nesta seqüência, sem haver um espaço de tempo entre uma coisa e outra. Ele realizou a ceia e imediatamente foi para o Getsêmani para orar. Neste momento Jesus instruiu os discípulos sobre o que ia acontecer a partir daquela noite, como está em Mateus 26: 31 e 32

Jesus estaria diante da maior tentação de sua vida em poucas horas, e por causa disso Ele foi orar e também pediu que seus discípulos orassem.

 

Então, chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar.
E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito.
Então, lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até à morte; ficai aqui e vigiai comigo.
E, indo um pouco adiante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.
E, voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudeste vigiar comigo?
Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.
E, indo segunda vez, orou, dizendo: Meu Pai, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade.
E, voltando, achou-os outra vez adormecidos, porque os seus olhos estavam carregados.
E, deixando-os de novo, foi orar pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras.
Então, chegou junto dos seus discípulos e disse-lhes: Dormi, agora, e repousai; eis que é chegada a hora, e o Filho do Homem será entregue nas mãos dos pecadores.
Levantai-vos, partamos; eis que é chegado o que me trai.
E, estando ele ainda a falar, eis que chegou Judas, um dos doze, e com ele, grande multidão com espadas e porretes, vinda da parte dos príncipes dos sacerdotes e dos anciãos do povo.

Mateus 26:36-47

Lucas acrescenta a informação que a agonia que Jesus sentia era tamanha que seu suor tornou-se gotas de sangue (Lucas 22: 44)

Jesus chamou os seus discípulos mais próximos para lhes mostrar a angustia que estava sentindo, como nós fazemos com aquelas pessoas que mais confiamos. Não só para isso, mas o que Ele queria daquelas pessoas era que pudessem orar por Ele (por isso Ele disse: não puderam vigiar comigo?) e também pelo grupo (por isso Ele disse: vigiai e orai para que não entreis em tentação). Jesus tinha a expectativa de que eles pudessem compreender o momento e corresponder sua necessidade, intercedendo por Ele.

Jesus os chamou para orar e se afastou para que Ele pudesse ficar à sós com o Pai. Enquanto Ele derramava sua alma diante do trono do Pai, clamava em alta voz e é por isso que os discípulos puderam ouvir as palavras que Jesus usou em sua oração.  

Embora o texto não traga a oração completa de Jesus, podemos ver que no primeiro momento Ele orou por uma hora (por isso Ele disse: não puderam vigiar comigo nem uma hora?).

“Não puderam vigiar comigo?” Naquelas palavras podemos ver que Jesus expressou sua decepção com os discípulos.  “Vigiar comigo” nós podemos ver que Jesus esperava que seus amigos fossem fieis quando Ele mais precisou.

Como foi dito, o momento era uma grande tentação para Jesus, a maior de todas na vida Dele. Ali Ele poderia manter-se de pé ou cair, ir para a cruz ou desistir, por isso Ele orava: “Pai, passa de mim esse cálice”. Quanta coisa dependia de que Cristo cumprisse o que lhe foi proposto até o fim – a salvação dos homens, então Ele orou: “que seja feita a tua vontade e não a minha” assim Ele pedia ao Pai o fortalecimento necessário para cumprir.

“Vigiai e orai para que não entreis em tentação” – Cristo nos mostra através destas palavras e do seu exemplo que um homem não pode ser fiel ao cumprimento do propósito de Deus sem antes ser fiel à oração. O desejo de ser fiel a Deus deve ser combinado com a prática da oração. Sem ela não temos a companhia de Jesus e sem Jesus nada é possível realizar, como está escrito em João 15:5. A oração acompanha a obediência (Edward M. Bounds).  

Quem quiser santificar seus hábitos impuros, ou seja, tornar a sua vida mais parecida com Jesus precisa antes de tudo pedir em oração. A oração não nos livra da tentação, mas nos dá força para vencer o maligno.

“Na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca” – Como um cristão bem instruído você saberá o que fazer na hora da tentação, mas se não estiver em oração não resistirá. Saber o que fazer é importante, mas não adianta saber e não obedecer. Nestes momentos a carne é vulnerável ao tentador, portanto aquele que não fortalece seu espírito através da oração não consegue subjugar a vontade da carne. Precisamos orar mais.

“E, voltando, achou-os outra vez adormecidos, porque os seus olhos estavam carregados” – o cansaço era o que fez os discípulos deixarem de orar naquele momento. Eles tinham ouvido de Jesus o que aconteceria ainda aquela noite, mas deixaram que o cansaço prevalecesse. Além do cansaço físico como era o caso dos discípulos, o mundo nos dá um número infinito de razões para não orar, algumas delas:

·         O tempo é curto, estamos tão envolvidos que nem conseguimos realizar todas as tarefas que temos; Desde a dona de casa, o comerciante, o funcionário, o empresário, o estudante, todos tem menos tempo do que gostaria de ter;

·         As distrações: séries, vídeos, filmes, passeios, redes sociais, e outras coisas semelhantes a estas nos dão alguma satisfação em participar delas, é por isso que as buscamos com freqüência;

Estas e outras razões separam o cristão imprudente do prudente. Todas elas constituem em algum grau de tentação para nos afastar da oração. Se nos envolvermos demais com elas, então seremos homens e mulheres de pouca ou nenhuma oração.

“E deixando-os de novo, foi orar pela terceira vez” - Jesus orou 3 vezes naquela noite, Ele esperou que por essas 3 vezes seu pedido fosse correspondido pelos discípulos. Durante esse tempo, Ele os chamou e até os repreendeu. Os discípulos falharam naquele momento com Jesus.

“Eis que é chegado o que me trai. Estando Ele ainda a falar, eis que chegou Judas” – A hora chegou, e quando chega a hora já não há mais tempo de orar para se preparar. Estando despreparados, todos fugiram, e deixaram Jesus só. Neste momento eles mesmos também foram tentados, e caíram na tentação. Só Jesus ficou de pé por ter orado, assim como Ele ensinou em Lucas 21: 36.

Da mesma maneira, hoje, o Senhor Jesus está nos chamando. A igreja de Cristo sobre a terra precisa de intercessão porque está com medo. Os dias são maus, a igreja precisa de intercessão e de oração para permanecer de pé para terminar sua missão e levar o Evangelho até o último dia. Não podemos falhar como os discípulos falharam com Jesus.

Se você orar pela igreja, isso vai recair sobre a vida dos irmãos de todo o mundo, mas também na sua. Lembrando que é ela que nos fortalece contra a força do mal, e não sabemos em que momento podemos ser tentados, porém sabemos que precisamos estar preparados.

Os cristãos da China, por exemplo, eram comprometidos com o Ide de Jesus Cristo mesmo no meio da perseguição. Mas nos últimos anos encontraram alguma facilidade na proposta de se aliarem ao  governo. Entre a perseguição e a facilidade eles estão preferindo estarem sujeitos ao governo o que também significa ser moldados por ele. Como resultado disso a força do Evangelho naquele país tem diminuído.

Estamos à espera do arrebatamento, estamos de partida, mas temos consciência que os últimos dias dos cristãos no mundo são os piores, onde a força maligna se intensifica cada vez mais para tentar contra a igreja. A intercessão ajudará a igreja à não esmorecer diante das dificuldades destes dias, a igreja não pode tomar decisões erradas neste momento, também não pode perder o seu brilho.

Deus quer que oremos, Deus quer que sejamos intercessores pela igreja sobre o mundo neste momento. Não é o caso de perder ou não a salvação, mas é o caso de corresponder com fidelidade ao chamado de Jesus e assim seremos considerados fiéis na glória do Pai.

Instruções práticas:

Eu te convido a fazer um propósito com Deus em seu coração para se dedicar à intercessão da igreja sobre a terra. Junto com esse propósito faça um lembrete de coisas que você considera importante para orar. Cole num local visível.  O grupo estará disponível para compartilharmos sobre essa intercessão.

Você pode levantar cedo e dedicar uma hora do seu dia para orar, ou talvez você prefira orar por alguns minutos varias vezes durante o dia, não importa a forma como você prefere fazer. Jesus nos deixou a opção de como orar, mas Ele nos disse que orar é nosso DEVER (Lucas 18:1).  

 Conclusão:

Estudamos hoje, os últimos momentos de Jesus na terra que se assemelha em muitas características com os últimos momentos da igreja sobre a terra. Os últimos momentos foram de tentação, Jesus suportou este momento por causa da oração, nós precisamos seguir os mesmos passos a fim de suportar também. Estamos muito perto de ter os nossos corpos revestidos da imortalidade, e a opressão destes dias é uma grande evidência de que estamos nos últimos dias.   

 

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