1 de dez. de 2023

QUANTO VALE UM PECADOR - As três parábolas de Lucas 15

 

Vamos falar sobre as três parábolas que estão em Lucas 15, explicando os seus significados. O objetivo deste estudo é que seja percebido o grande amor de Deus por cada um de nós e o quanto Ele tem feito por nós.

As duas primeiras parábolas deste capítulo são a ovelha e a dracma perdida. Ambas tratam da visão do céu para a terra. A perspectiva é do alto para baixo. Nelas é mostrado o amor de Jesus por nós, qual foi o trabalho que Ele teve por nós e muitos detalhes, mas sempre mostrando a perspectiva do Senhor Jesus Cristo olhando para nós.

Lucas 15: 1 e 2 – este comentário dos judeus demonstra o quanto eles desprezam as outras pessoas que não cumpriam as leis como eles. Em resposta a este comentário é que Jesus vai contar essas três parábolas. Ele faz isso para mostrar aos religiosos o quanto vale um pecador.

*** Contar o testemunho da irmã Edméia sobre a pastorinha Surreila *** Esse testemunho deixa claro o tipo de elo que existe entre um pastor e seu rebanho. Quando Jesus escolhe falar nessa primeira parábola sobre o pastor e a ovelha, está se referindo a este amor!

Lucas 15: 3 e 4 – Aqui Jesus fala de um rebanho que está pastando sob os cuidados, sob o olhar, sob o zelo do seu pastor. Esse é o momento do qual nós estamos na presença de Deus, em comunhão com o seu Filho.

Uma das ovelhas se distraí e acaba saindo do curral, ela sai da presença e da comunhão. E a distração é a atração pelo mundo, é o pecado. O pecado é aquilo que nos afasta de Deus, faz um coração ficar frio em relação a Deus e ao Reino de Deus. É quando se perde a alegria em relação a tudo o que é de Deus.

É bem importante notar que quando a ovelha sai do curral para ir ao encontro do mundo, não é trocado o seu nome. Ela ainda é chamada de ovelha porque ainda pertence ao Pastor. Ela ainda pertence ao rebanho e ao curral, apenas se perdeu. Ela ainda é amada pelo Pastor. Ele a ama tanto, deseja tanto que ela retorne ao rebanho, que deixa as noventa e nove para ir buscá-la.

Por que o Pastor não quer que sua ovelhinha fique longe Dele? Enquanto a ovelha está sozinha, corre muitos perigos. Ela pode se machucar, adoecer e até ser morta por um predador. A Bíblia cita sobre o lobo, o leão e essas são figuras de dentro do reino espiritual da parte das trevas. Isso mostra o quanto a ovelha é vulnerável enquanto está sozinha. O Pastor tem pressa, pois não quer vê-la machucada, doente ou morta e vai depressa ao encontro dela.

Lucas 15: 5 – Jesus aconchega a ovelha em Seu ombro. Por que o Pastor a coloca no ombro? O que tem no ombro do Resgatador que serve para aconchegá-la? Essa resposta encontramos em Isaías 22: 22.

O profeta diz sobre uma chave da casa de Davi colocada no ombro do Messias. Essa chave servirá para abrir algo e nenhum outro poderá fechar o que Ele abriu. A profecia se refere à cruz de Jesus Cristo, da qual veio a graça. Essa porta, ninguém pode fechar.

Então, qual a necessidade do Pastor aconchegar a ovelha sobre a cruz? Essa parte da parábola está falando do nosso resgate. Sem a cruz, não seria possível trazer a ovelha de volta para o curral, para que esteja de novo sob seus cuidados. A cruz é o instrumento de perdão. Com isso, Jesus quer dizer que: “Há perdão para a ovelha perdida”. “Há perdão para aquele que se afastou de Jesus Cristo”. E com a cruz, Jesus tira a ovelha da mira de seus predadores.

Lucas 15: 6 - Os amigos do Pastor são, na verdade, Deus o Pai, o Espírito Santo e os anjos de Deus. Jesus está dizendo que quando uma ovelha perdida é regatada, todos celebram porque é um Reino de amor.

Lucas 15: 7 – Neste versículo, Jesus cita o pecador que se arrepende, porém, antes, Ele diz sobre o resgate do Pastor que vem ao encontro da ovelha. Em momento algum Ele diz que a ovelha volta sozinha para casa. Não diz que a ovelha tem um momento de lucidez e volta sozinha. Isso nos leva a entender que esta parábola mostra a perspectiva de cima para baixo que está sendo contada.

Quando uma ovelha, ou melhor, quando uma pessoa se arrepende é o mesmo momento que o Pastor está colocando-a nos ombros. É a hora que o Pastor diz: “Vamos voltar para casa. Está na hora.”

Uma das coisas que essa parábola está nos ensinando é que quem concede o arrependimento ao pecador é Deus o Pai. Essa informação deve nos levar a orarmos para que Deus dê aos nossos amados, aqueles que ainda não se achegaram a Jesus, o arrependimento. Nós devemos clamar a Deus por isso.

Para confirmar que é Deus Pai Aquele que concede o arrependimento às pessoas, podemos ler 2 Timóteo 2:25 e 2 Coríntios 7: 9 e 10 onde mostram com clareza a este respeito.

Voltando ao versículo 7 de Lucas 15 lido anteriormente, há aquelas pessoas que apesar de serem pecadoras, acreditam cegamente que são boas, que não tem pecados e por isso não dependem de Jesus o Salvador. Essa condição vem de uma cegueira espiritual, pois não há ninguém que não tenha cometido pecados, há apenas pessoas que tem uma visão distorcida sobre si mesmas.

Os judeus, a quem Jesus estava se referindo enquanto contava aquelas parábolas, não são os únicos que se veem desta forma. Alguns cristãos também pensam como eles, se acham perfeitos e não sabem o quanto precisam do Senhor Jesus. O resultado disso é que eles invalidam o sacrifício de cruz do Senhor Jesus Cristo.

Lucas 15: 8 - A palavra diligência se refere a uma busca minuciosa, ou seja, procurar com cuidado algo de grande importância que foi perdido. Essa é a forma que Jesus trabalha para encontrar a dracma que foi perdida até que venha a ser achada. A dracma somos nós. Jesus usa dessa diligência para nos buscar nos lugares escuros. 

A lição trazida para nós é sobre o amor e o trabalho que Jesus teve a fim de alcançar o poder e a autoridade para exercer o perdão sobre as nossas vidas. Mas qual trabalho é esse? Jesus deixou o céu e veio para a terra, assumiu forma humana (corpo corruptível), viveu sem pecados, foi humilhado pelos judeus, não era bem-vindo na sua própria casa, foi tentado pelo diabo, passou pelo chicoteamento, teve seu corpo exposto, suportou a coroa de espinhos, os cravos e muitas outras coisas além destas. Este é o trabalho referido pelo profeta Isaías no capítulo 53, versículo 3.

Exatamente por causa desse trabalho é que Jesus escolhe fazer uma parábola sobre a “dracma”. O trabalhador que era remunerado por dia, recebia uma dracma. Assim, Jesus está ligando o trabalho de um dia por uma dracma com o trabalho de toda a Sua vida por um pecador. A intenção de Jesus em ensinar essa parábola é mostrar que nós valemos a vida toda de trabalho que Ele teve! Quando Jesus olha para nós, é assim que Ele nos enxerga. Que grande amor Ele tem por nós.

Lucas 15: 9 e 10 – Esse foi o preço pago para Ele poder nos perdoar, e agora o céu todo entra em festa por cada um de nós que nos arrependemos um dia e nos voltamos ao Pastor da nossa vida. Fomos resgatados, mas ainda há aqueles que precisam deste mesmo resgate. O céu celebra por cada coração que se rende ao Senhor Jesus Cristo.

Até aqui, Jesus nos ensinou sobre a visão do alto para baixo, ou seja, como Cristo nos vê. A partir de agora, na parábola do filho pródigo, será mostrada a visão terrena, portanto como o homem se vê. O que se passa aqui na terra. Ela fala do que o homem vive ao se afastar de Jesus Cristo e do homem que se acha autossuficiente para viver sem Cristo.

Lucas 15:11 – O homem a quem se refere na parábola é Abrão, homem de fé e pai de dois filhos que representam duas linhagens espirituais – a da fé e da lei, ou seja, os crentes em Jesus e os judeus. Junto aos judeus estão também os praticantes da religião que acreditam estar na fé cristã.

Para entender estas coisas, vamos estudar Gálatas 4: 22. Aqui são apresentados o pai e seus dois filhos. O filho mais velho é Ismael, gerado em Agar que é figura do concerto da lei (leia os versículos 23 a 25). O filho mais novo é Isaque que significa filho da promessa, figura da posteridade de Cristo, da linhagem da fé que começa em Jesus Cristo. Estes são participantes da família de Deus por causa da fé em Jesus Cristo (leia os versículos 26 a 31).

Lucas 15: 12 e 13 – Nestes versículos contam a visão do homem de fé sobre o seu passado. Ele considera que nunca mereceu o amor de Deus, porque abandonou a fé.

A palavra “dissoluto” foi colocada aqui para nos mostrar que este filho foi ensinado sobre os princípios e valores da família de Abraão, que são princípios da fé. Repentinamente ele se rebela e não quer mais viver como foi ensinado. Quer viver por si mesmo.

Essa é a parte onde a ovelha se perde, só que vista da terra. Atraído pelo brilho do mundo, vai à uma “terra longínqua” e sai da presença, sai da comunhão com Jesus o Pastor para seguir atrás de uma distração. Mesmo nessa condição, ele não passa a ter outro nome, ainda é chamado de filho

Lucas 15: 14 a 16 – Ao se desfazer de todos os ensinamentos, valores e princípios que recebera por parte de seu pai, começou a padecer fome de Deus. Agora já não sentia paz, sentia solidão, falta de esperança, falta de amor, falta de alegria e um grande vazio. Por se sentir assim, desejava suprir o vazio com as ofertas do diabo.

Isso acontece porque a fome distorce a visão das pessoas. Ninguém em plena razão deseja comer bolotas de porcos. Assim como, muitas vezes, olhamos para o nosso passado e pensamos: “Como eu pude cometer tal ato?” Cometemos coisas muito ruins quando passamos um período de fome por Deus, é nesse momento que aceitamos muitas ofertas do diabo para nos preencher.

Essa é a parte que a ovelha está sozinha e sujeita aos perigos das trevas.

Lucas 15: 17 – “tornando em si” quer dizer que ele despertou para a realidade do que estava acontecendo, a ilusão foi desfeita. Podendo até se perguntar: “Como vim parar aqui?”

A palavra “jornaleiros” nos ensina que os trabalhadores da casa de Abraão são pagos por dia, pois jornaleiros são aqueles que recebem pelo seu dia de trabalho. Os jornaleiros tem abundância de paz, se sente pertencentes à Cristo, tem esperança, enxerga o amor, não tem necessidade de serem preenchidos porque Jesus os satisfaz, eles têm alegria. É por isso que o filho quer voltar para casa e se tornar um dos jornaleiros, porque reconhece que a situação deles é melhor que a sua.

O pagamento dos jornaleiros feito diariamente mostra a ligação com a parábola da dracma perdida, pois é o valor de um dia de trabalho. Assim, Jesus mostra que recebemos do trabalho de toda a vida Dele.

Lucas 15: 18 e 21 - O filho arrependido diz que pecou contra o pai Abraão (contra a fé) e contra Deus. Mas aqui também mostra uma realidade que é quando um filho se revolta contra os pais, e não quer submeter-se a eles, estão na verdade desobedecendo e pecando contra Deus. Se você é filho, saiba que Deus deu a você um ministério para com seus pais. A palavra ministério significa servir. Quem serve seus pais em obediência, serve a Deus. Quando o filho pródigo se desfez de todos os princípios e valores de fé ensinados pelo pai, de fato pecou contra sua autoridade da terra e a do céu.

Ele deseja voltar, porém se sente indigno de voltar na posição de filho, ele entende que seria justo que ficasse na condição de um trabalhador (jornaleiro).

Lucas 15: 22 – Como sendo um homem guiado pela fé, o pai recebeu seu filho de volta. Neste momento, o filho não faz apenas as pazes com o pai, mas também com a fé. Entendeu que o que antes havia jogado fora era a verdade para a sua vida e, agora, ele deseja reconciliar-se com Deus.

Ao chegar em casa, o seu vestido era sujo e esfarrapado. Dentro do reino espiritual a condição de nossa veste está ligada ao pecado. Vestes sujas e esfarrapadas são sinônimo de uma vida de pecados, por outro lado vestes limpas são um indício de santificação em Cristo. Então, o pai vê a necessidade de que sejam trocadas as suas vestes.

O anel é a representação de pertencimento à família, assim como as famílias nobres tinham por costume antigamente. Ele voltou a pertencer à família da fé, está de volta à família de Deus.   

Alparcas nos pés tem o significado de um revestimento para pregar o Evangelho do Reino de Deus. Quando o filho volta para sua família celestial em Cristo, já tem autoridade concedida por Deus para pregar.

Lucas 15: 23 – O pai festeja a volta do filho com a morte de um bezerro. Este é o alimento da celebração do retorno do filho. Não pode haver arrependimento, nem retorno para a família celestial sem a morte de cruz do Cordeiro de Deus. Através dela foi que Cristo recebeu a autoridade para conceder-nos o perdão por nossos pecados. Aqui há ligação com as duas parábolas anteriores, pois é neste momento onde o Pastor coloca a sua ovelha nos ombros e onde a dracma é encontrada. Jesus está, mais uma vez, mostrando a sua graça.

Lucas 15: 24 – Reconciliado pelo sacrifício de sangue de Cristo, o filho reviveu. Saiu da morte espiritual que é a condenação eterna para a vida com Jesus.

Talvez você conheça alguém na situação do filho pródigo ou você se identifique com ele. Mas saiba que o Pastor veio hoje até você, buscando a ovelha perdida. Ele te coloca no ombro sobre a cruz para poder te inserir de volta ao rebanho. O maior desejo Dele é que você seja novamente parte desta família de Deus. Ele quer isso, porque é um Deus de amor. Ele te recebe sim. Coloque em oração o seu pedido de perdão a Deus por seus pecados como fez o filho pródigo e Deus trará para você uma nova veste, um anel no dedo e alparcas nos pés.

Lucas 15: 25 a 27 – O irmão mais velho veio ao encontro de sua casa, este é o que veio de Abraão antes de Isaque e não era da fé, mas justificava-se pelas obras. Ouviu a música da festa.

Lucas 15: 28 e 29 – Ele não quis entrar. O judeu e os religiosos não querem ser participantes das bodas do Cordeiro, da salvação e da herança em Cristo.

“O pai instava” significa que o pai persistia, insistia, convidava i filho a entrar, mas ele não queria. O evangelho veio 430 anos antes da lei, os profetas anunciaram Jesus, mas os judeus não o receberam.

A relação entre o judeu e a lei é a mesma entre o religioso com as doutrinas, por elas se acham justificados. Sem transgredir a lei não precisam de arrependimento. Na verdade, eles precisam porque são pecadores, mas é dessa forma que eles se enxergam. Eles não querem a graça e não querem Jesus, e até hoje esperam por um outro Messias.

Lucas 15: 30 – O versículo mostra o desprezo que os judeus tem pelos pecadores que acreditam no Salvador, sobre o qual disseram: “Este come com os pecadores”. Sim, Jesus recebe os pecadores e deu sua vida por esse motivo.

Lucas 15: 31 – Em outra ocasião (João 8) os judeus disseram a Jesus: “somos filhos de Abraão”. Jesus não negou, eles de fato são. Porém pela descendência espiritual de Ismael. Os judeus receberam benção terrenas de Abraão, mas conforme Paulo explica na parábola em Gálatas 22, eles não herdaram a fé e a salvação.

Lucas 15: 32 – Um ato de justiça do Pai Celestial foi prover o Cordeiro de Deus para lavar os pecados dos pecadores arrependidos, ao invés de dá-Lo aos que se consideram sem pecados.

 

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